quinta-feira, 19 de maio de 2011

Segredos do Ofício I

Como as acrílicas, a tinta a óleo também tem os seus segredos de diluição.

Os diluentes são materiais que ao serem acrescentados à tinta, facilitam a sua aplicação. Caracterizam-se por sua capacidade em fazer soltar o corpo da cor. Não devem ser confundidos com óleos e médiuns, cuja finalidade é modificar a aparência da cor, que podemos ver em um próximo post.

TEREBINTINA: Também conhecida como terebentina. Diluente tradicional da tinta a óleo, porém com o odor mais forte utilizado por artistas. se exposta ao ar por longos períodos, oxida-se, escurece e engrossa. Quando usada em excesso, tende a reduzir o brilho da camada de tinta, além de deixá-la sujeita ao fendilhamento. Existem também variações destiladas do óleo da casca do limão, da laranja e da tangerina, chamadas terebintinas cítricas.
Trata-se de um produto destilado dos bálsamos de certas espécies de pinheiro. Origina uma mistura viscosa que se exposta ao ar por longos períodos, oxida-se, escurece e engrossa. Quando usada em excesso, tende a reduzir o brilho da camada de tinta, além de deixá-la sujeita ao fendilhamento. Existem também variações destiladas do óleo da casca do limão, da laranja e da tangerina, chamadas terebintinas cítricas.
Procure usar sempre terebintina destilada e nova – mantendo sempre o vidro fechado.


TEREBINTINA DE VENEZA: Líquido viscoso que não deve ser confundido com a terebintina tradicional. Amplamente usada pelos mestres da antiguidade, dá corpo à tinta com um tempo ideal de secagem. Atualmente tem sido substituída por um produto conhecido como Bálsamo do Canadá, mais fino e claro que a original.





WHITE SPIRIT: Trata-se de uma água raz de alta pureza, com um odor mais suave do que a terebintina. Dá origem a uma mistura mais aguada e não sofre a ação do tempo ou da luz.

SANSODOR: É um diluente específico da Winsor&Newton, à base de hidrocarboneto, ideal para alérgicos. Como a terebintina, também dá origem a uma mistura viscosa, que evapora-se lentamente. Quase não possui odor.

ASPIC (ÓLEO DE LAVANDA): Caracterizado por seu delicioso perfume de lavanda, é de secagem mais lenta do que os demais diluentes. Lembre-se de adquiri-lo em lojas de material para pintura, evitando produtos manipulados para cosméticos.




O manuseio da Terebintina requer cuidados especiais pois pode contribuir com os seguintes riscos:
- O contato da Terebintina com a pele pode causar irritação.
- O contato com os olhos causa forte irritação com possibilidade
de danos.
- A inalação dos vapores pode causar irritação e
danos às mucosas do trato respiratório.
- A ingestão pode causar irritação ou danos às mucosas do trato digestivo.

A Terebintina pode causar dermatites, coceira e
rachadura da pele. Pode irritar os pulmões.

Segredos do Ofício II

“ À pintura pois. Para o que der e vier. De preferência sem dor. Com prazer e paixão. A pintura está aí, entrando pelos poros, pelo nariz, pelos ouvidos, indo direto ao coração antes mesmo de passar pelo cérebro. A pintura voltou a ser um vale-tudo. Ótimo. Dizem que é bad painting, eu a vejo linda. Dizem que é feia, ultrajante, eu a sinto sensualíssima. Tem seis dedos, um olho só e manca de uma perna. I love her.”
Esta introdução é só para poder indicar o livro do Frederico Morais:
Arte é o que eu e você chamamos de arte
– Sempre atual - vale conferir!

À pintura pois!

Uma infinidade de azeites pode ser usada na pintura a óleo, dependendo do efeito que queremos. Observe que os azeites de pintura não devem ser acrescentados à tinta de uma maneira aleatória, normalmente são misturados a um diluente apropriado.


ÓLEO DE LINHAÇA
: Obtido das sementes do linho que depois de finamente moídas são prensadas por diferentes procedimentos. As condições climatológicas, os sistemas de cultivo e os procedimentos de obtenção afetam a qualidade deste óleo, que quando de boa procedência deve ser fluido e de cor amarelo claro. Na verdade, este azeite não seca e sim, passa do estado líquido para o estado sólido perdendo peso progressivamente.

Vamos encontrar diversas variações:


ÓLEO DE LINHAÇA PRENSADO A FRIO
: É o mais puro e o mais caro dos óleos de linhaça.
Tem a função de melhorar a fluidez, aumentar o brilho e a transparência da tinta.

ÓLEO DE LINHAÇA PURIFICADO: Quando de boa qualidade constitui uma excelente alternativa. Tem uma consistência mais fina que o óleo prensado a frio e a cor varia do amarelo claro ao marrom. Quanto mais claro, melhor será a qualidade. Torna a secagem da pintura a óleo mais lenta.

ÓLEO DE LINHAÇA POLIMERIZADO OU ‘STAND OIL” : Apresenta como principal vantagem o fato de propiciar maior deslizamento ao pincel, evitando as marcas das pinceladas, além de tornar a secagem ainda mais lenta.
É o óleo adequado para veladuras e pormenores. Devido à consistência espessa deve ser usado com uma maior proporção de diluente.

ÓLEO DE LINHAÇA BRANQUEADO: Acelera a secagem da pintura a óleo. Por sua cor descorada é o ideal para pinturas claras e áreas onde se use muito o branco.

ÓLEO DE LINHAÇA ESPESSADO AO SOL: é o mais apropriado quando se precisa de uma secagem rápida, no entanto por sua consistência demasiadamente viscosa, necessita de muito diluente. Aumenta consideravelmente o brilho da pintura a óleo.
Lembre-se sempre que produtos mais baratos podem ser de baixa qualidade e afetar a coloração da sua pintura.

Investindo em um bom material e terá sempre melhores resultados.

Para minimizar a possibilidade de amarelecimento, não abuse do uso do óleo.

Você pode produzir em casa o seu óleo de linhaça espessado ao sol:

Coloque o óleo de linhaça purificado em um vidro e cubra-o com um paninho de modo a permitir a circulação do ar, protegendo o produto contra impurezas. Deixe-o ao sol durante várias semanas, agitando-o de vez em quando, delicadamente.

ÓLEO DE PAPOULA: Muito claro e leve, tem como vantagem sobre o óleo de linhaça que a pintura não amarelece com o tempo e como desvantagem o fato de ser muito mais caro. Mantém as cores claras como no momento em que foram pintadas, no entanto, tem uma ligeira tendência ao fendilhamento.

Pode também ser preparado em um médium da seguinte maneira:

1 porção de óleo de papoula + 3 poções de óleo de linhaça + 3 poções de diluente.

Se todos os materiais empregados forem de boa qualidade você terá
um excelente MÉDIUM PARA ÓLEO, que deverá ser usado de forma a não prejudicar a homogeneidade da pintura.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Diluindo a Tinta Acrílica

Do último post me chegou uma pergunta sobre a utilização do médium acrílico.
Auguste Renoir, o grande pintor impressionista francês, negava-se a estabelecer uma “fórmula’” para os seus preparados de diluentes (médiuns). Ele dizia:

-“Tenho que avaliar a quantidade necessária cada vez que mergulho o pincel na tinta e no médium...”

Sabemos, no entanto, que este conhecimento exige anos de prática e alguns padrões básicos podem realmente nos ajudar enquanto isto!

A tinta acrílica foi criada recentemente, na década de 40, e continua sendo aperfeiçoada até hoje. De grande versatilidade pode ser usada desde finas camadas, totalmente diluída, como as aquarelas, produzindo efeitos fluidos e transparentes até grossos impastos espatulados criando volume e textura.

As tintas acrílicas geralmente são feitas com os mesmos pigmentos que as tintas a óleo e as aquarelas. A principal diferença é que na acrílica estes pigmentos, ao invés de triturados em óleo de linhaça ou goma arábica, são ligados por uma resina plástica sintética.

As tintas acrílicas são feitas para diluição em água e aí, a única "regra" é não misturar a tinta acrílica com mais de 50 por cento de água. Se você adicionar uma grande quantidade de água terá cores transparentes que podem não aderir perfeitamente à superfície  – então entram os médiuns que adicionados à tinta podem alterar a sua textura, brilho ou tempo de secagem, de acordo com a criatividade do artista.


Além de aumentar a fluidez, os médiuns realçam um acabamento fosco ou brilhante, mas apresentam um senão: retardam a secagem da tinta acrílica e por isto devem ser usados moderadamente. Apenas algumas gotas já são suficientes!

O ideal é que o artista faça um teste misturando pequenas porções de tinta com o médium e pincelando pequenas áreas – aumentando a quantidade de médium  poderá comparar o tempo de secagem.
 






Você ainda dispõe de outros diluentes que podem ser acrescentados à tinta acrílica para conseguir efeitos diferenciados:

ACRYLIC MATT GEL MEDIUM ou ACRYLIC GLOSS GEL MEDIUM: Possuem a mesma função que o médium, mas são apresentados em forma de gel, conferindo uma densidade maior à tinta propiciando assim uma melhor aplicação nos impastos

IRIDESCENT TINTING MEDIUM: Apresentado em forma de gel, quando acrescentado à qualquer cor acrílica proporciona uma aparência iridescente.

ACRYLIC RETARDER: Gel totalmente transparente, retardador de secagem. O seu uso deve ser dosado. Nos tons terrosos deve ser usado na proporção de até 1:6 ( uma parte de gel para seis de tinta). Nas demais tonalidades poderá ser empregado na proporção de 1:3.

MODELING PASTE (PASTA DE MODELAGEM): De cor esbranquiçada contem em sua composição um material complementar, em geral pó de mármore, que interfere na saturação da cor. No entanto, é ideal quando se deseja uma textura mais rica e variada.

TEXTURE GEL: Uma larga gama de texturas em forma de gel que podem ser acrescentadas à tinta sem interferir em sua cor.

NACRYL ACRYLIC MEDIUM: Cria uma camada impermeabilizante sobre cores que são solúveis em água. Ideal para impermeabilização de colagens.