domingo, 20 de março de 2011

Nem só com óleo se faz tinta!

A pintura acompanha o ser humano por toda a sua história, mas é a partir da revolução da arte moderna e das novas tecnologias que os pintores adaptaram técnicas tradicionais ou as abandonaram, criando novas formas de representação e expressão visual.

No séc. XX a noção de instrumento, material e suporte artístico alargou-se enormemente com a alteração e a integração de novos conceitos na arte. Assim, o próprio corpo humano é considerado "material" e "suporte", como na "body Art". Objetos já existentes, que foram tirados do seu contexto habitual e integrados no domínio artístico, como os "ready made" dos grupos Dada e Surrealista, são também exemplos de novas e revolucionárias acepções dos termos suporte e material. Nas "instalações", "happenings" e "performances", atuações e intervenções artísticas, os materiais e suportes não têm regra e são condicionados pelo caráter original da idéia expressiva.

A escolha dos materiais e técnicas adequadas está diretamente ligada ao resultado final desejado para o trabalho como se pretende que ele seja entendido.Dentre as técnicas mais conhecidas na elaboração da arte visual podemos relacionar:

- CARVÃO
- SANGUINE, SÉPIA E PEDRA NEGRA
- GIZ PASTEL
- GIZ ÓLEO
- LÁPIS DE COR
- LAPIS GRAFITE
- NANKIM E AGUADAS
- AQUARELA
- GUACHE
- ÓLEO
- ACRILICA
- ENCÁUSTICA
- ALQUÍDICAS
- AEROGRAFIA
- TÉCNICAS DO FOGO
- TÉCNICAS DA SEDA


- CARVÃO

O carvão é um material clássico no desenho, talvez o mais antigo. Já os homens primitivos usavam galhos queimados para desenhar.  Usa-se para esboçar ou para desenhos definitivos de acordo com o suporte e a intenção.



- SANGUINE, SÉPIA E PEDRA NEGRAConhecida desde o paleolítico, a sanguínea ou sanguine começa a ser usada com profusão por volta de 1500. É na Renascença e no Barroco que artistas como Leonardo da Vinci, Rafael e Rubens usam a sanguínea de uma forma notável.



Peter Paul Rubens
 


Os efeitos de "esfumato" que empregaram são admiráveis. Os artistas italianos usaram a sanguínea, quer isoladamente, quer combinada com outros materiais. A sua cor quente e suave será talvez a razão para ter sido usada no desenho de representação do corpo humano através da história.

O uso combinado da sanguínea, pedra negra e uma espécie de giz branco, foi no séc. XVI abundantemente empregado, sobretudo para o retrato.


A sépia foi usada pelos artistas ao longo da história para desenhar, sobretudo, paisagens. Pode ser diluída com água ou misturada no decurso de aguadas e aquarelas, embora de forma controlada para não se perderem as características dos vários materiais. 

Pedra negra ou Pierre Noire é uma pedra negra natural de xisto argiloso, contendo partículas de carbono que lhe dão o tom escuro que vai do cinzento ao negro muito usada no desenho. É muito macia e parte-se com facilidade em vários pedaços. 

Muitos artistas italianos, como Cennino Cennini, Botticeli e Rafael usaram a "pedra negra" da mesma forma que usavam o carvão, com esfuminhos para misturar e espalhar no desenho, criando assim jogos de claro escuro notáveis.


Os pastéis oferecem possibilidades enormes de tratamento plástico. Têm grande estabilidade cromática, misturam-se muito facilmente e produzem com espontaneidade trabalhos de uma suavidade muito particular. Não têm os inconvenientes dos materiais que necessitam de secar ou que exigem grandes preparações.

- GIZ ÓLEO

Semelhante aos pastéis secos no seu aspecto, a sua constituição é, no entanto, diferente, pois são fabricados com uma mistura de pigmento e óleo. Existem desde os anos 60. Tal como os pastéis secos têm a forma de pequenos sticks cilíndricos e vendem-se em caixas ou avulso numa grande variedade de cores e durezas. Aderem com facilidade ao papel e permitem misturas de cores que se depositam numa camada mais grossa e pastosa ou mais fina, conforme se pretender.

- LÁPIS DE COR

O Lápis de cor é  um material relativamente recente. São feitos a partir de uma mistura de talco e substâncias corantes. Encontram-se à venda em caixas com enorme variedade cromática, ou avulso. 
Existem lápis de durezas diferentes, e de três tipos principais: os de mina grossa e relativamente macia, resistentes à luz e água e não precisam de fixador. Os de mina mais fina e mais dura, são usados para desenhos com muito detalhe, também resistentes à água. Os lápis com minas solúveis em água (aquareláveis) permitem um trabalho misto de desenho e aquarela.




O grafite foi descoberto na Baviera por volta de 1400, não lhe tendo sido dado na época o devido valor.  A história do lápis remonta a 1564, quando se descobriu em Inglaterra um filão de grafite puro. A coroa inglesa mandou então abrir minas para se obter grafite como material de desenho. Estas minas forneceram grafite a toda Europa, até se esgotarem as suas reservas no séc. XIX.

Em 1761, na Alemanha, Faber criou uma pequena oficina de fabrico de lápis. Misturava duas partes de grafite com uma de enxofre. Ao mesmo tempo Napoleão, encomendou a Conté a exploração de processos de fabricar lápis para substituir os importados. Apareceu então uma nova espécie de lápis que consistia na mistura de terra (argilas), grafite e água, que eram solidificados por cozedura e colocados em ranhuras de madeira. 

No próximo post continuamos esta apresentação!!