terça-feira, 30 de junho de 2015

O Desenho do Retrato - Um diálogo íntimo.

Relembrando Matisse:
"O estudo do retrato parece hoje esquecido. É, todavia, uma fonte de interesse inesgotável para quem é dotado ou sente simplesmente curiosidade por ele.
Talvez se pudesse dizer que o retrato fotográfico é suficiente. Para a antropometria, sim, mas para o artista à procura do caráter profundo de um rosto, tudo se passa de outro modo: o registro dos traços do modelo revela sentimentos desconhecidos muitas vezes para o próprio feiticeiro que os criou. Se houvesse razões para isso, seria quase necessária a análise de um fisionomista para tentar traduzi-los em linguagem clara, pois eles sintetizam e contêm muitas coisas de que o próprio pintor não suspeita a princípio."
 A expressão artística através do desenho como forma de exteriorizar e comunicar, atravessa toda a história do homem  em todas as culturas. O fascínio que sentimos perante obras artísticas como um desenho rupestre, gótico, renascentista ou contemporâneo, faz-nos pensar acerca do que estará no cerne destas obras para provocarem tal efeito. Diz-se que só o homem possui este fascínio e capacidade de admiração perante os fenômenos e fatos estéticos e que, portanto os "persegue", procurando exprimir-se através da arte.


 Certos analistas da arte referem o desenho como base das artes visuais mas eu preferiria usar a definição de Marel Toschi   e conceituar o desenho como “um diálogo íntimo, revelador de que a construção da linha flui entre incontáveis sins e nãos na mente de quem desenha.” 


 Desenhar é, antes de tudo, na prática, esboçar ou registrar uma idéia apenas com lápis e papel. Idéia esta que, uma vez registrada, será  uma útil  ferramenta na comunicação entre pessoas. Inclusive entre aquelas de diferentes lugares, origens e valores. O desenho estimula o diálogo.


 Para muitas pessoas o processo de desenhar parece misterioso e algo além da compreensão humana. Na verdade não é bem assim. A capacidade de desenhar é algo que pode ser aprendido por qualquer pessoa normal, dotada de visão e coordenação motora mediana, com habilidade suficiente para enfiar uma agulha de costura ou atirar uma bola à distância. É com a mão que fazemos os gestos de desenhar. Os instrumentos surgem como objetos que constituem o prolongamento das mãos, materializando visualmente o pensamento.

Se você pode escrever, desenhar letras, então pode desenhar.


 Vamos? Lápis e papel na mão!

Confira meu vídeo para aprender a desenhar um olho:
https://www.youtube.com/watch?v=ffaHGM3R7VM

Se desejar um comentário sobre o seu desenho, me envie por e-mail: