Relembrando Matisse:
"O estudo do retrato parece hoje esquecido. É,
todavia, uma fonte de interesse inesgotável para quem é dotado ou sente
simplesmente curiosidade por ele.
Talvez se pudesse dizer que o retrato fotográfico é
suficiente. Para a antropometria, sim, mas para o artista à procura do caráter
profundo de um rosto, tudo se passa de outro modo: o registro dos traços do
modelo revela sentimentos desconhecidos muitas vezes para o próprio feiticeiro
que os criou. Se houvesse razões para isso, seria quase necessária a análise
de um fisionomista para tentar traduzi-los em linguagem clara, pois eles
sintetizam e contêm muitas coisas de que o próprio pintor não suspeita a
princípio."
A expressão artística através do desenho como forma de
exteriorizar e comunicar, atravessa toda a história do homem em todas as culturas. O fascínio que sentimos
perante obras artísticas como um desenho rupestre, gótico, renascentista ou
contemporâneo, faz-nos pensar acerca do que estará no cerne destas obras para
provocarem tal efeito. Diz-se que só o homem possui este fascínio e capacidade
de admiração perante os fenômenos e fatos estéticos e que, portanto os
"persegue", procurando exprimir-se através da arte.
Certos analistas da arte referem o desenho como base das
artes visuais mas eu preferiria usar a definição de Marel Toschi e conceituar o desenho como “um diálogo
íntimo, revelador de que a construção da linha flui entre incontáveis sins e
nãos na mente de quem desenha.”
Desenhar é, antes de tudo, na prática, esboçar ou
registrar uma idéia apenas com lápis e papel. Idéia esta que, uma vez
registrada, será uma útil ferramenta na comunicação entre pessoas.
Inclusive entre aquelas de diferentes lugares, origens e valores. O desenho
estimula o diálogo.
Para muitas pessoas o processo de desenhar parece
misterioso e algo além da compreensão humana. Na verdade não é bem assim. A
capacidade de desenhar é algo que pode ser aprendido por qualquer pessoa
normal, dotada de visão e coordenação motora mediana, com habilidade suficiente
para enfiar uma agulha de costura ou atirar uma bola à distância. É com a mão
que fazemos os gestos de desenhar. Os instrumentos surgem como objetos que
constituem o prolongamento das mãos, materializando visualmente o pensamento.
Se você pode escrever, desenhar letras, então pode
desenhar.
Vamos? Lápis e papel na mão!
Confira meu vídeo para aprender a desenhar um olho:
https://www.youtube.com/watch?v=ffaHGM3R7VM
Se desejar um comentário sobre o seu desenho, me envie por e-mail:
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