segunda-feira, 9 de junho de 2014

Uma questão de Criatividade

ENCHENDO O POÇO, ABASTECENDO O LAGO.
Adaptado do método Julia Cameron

COMO ENCHER O POÇO?




Para criar, utilizamos nosso poço interior. Esse poço, um reservatório artístico, é idealmente como um lago de peixes muito bem abastecido. Temos peixes grandes, pequenos, gordos, magros... Uma abundância de peixes artísticos.



Como artistas precisamos compreender que é necessário manter esse ecossistema artístico. Se não prestarmos atenção suficiente à sua manutenção, nosso poço fica exaurido, estagnado ou bloqueado.

Qualquer período de inatividade ou de trabalho prolongado esvazia nosso poço artístico. Esvaziar excessivamente o poço, como pescar excessivamente os peixes de um lago, diminui nossos recursos. Nosso trabalho se esgota e ficamos imaginando por quê?



A verdade é que a criatividade também pode se esgotar porque está indo tão bem. Como artistas, precisamos aprender a nos alimentar. Precisamos ficar suficientemente alertas para repor conscientemente nossos recursos criativos à medida que os esvaziamos. Reabastecer o lago de peixes, por assim dizer:


ENCHER O POÇO.


Encher o poço envolve a busca ativa de idéias para renovar nossos reservatórios artísticos. A arte nasce da atenção. A parteira é o detalhe. Para funcionar na linguagem da arte, precisamos vivê-la confortavelmente. A linguagem da arte é a imagem, o símbolo. É a linguagem sem palavras mesmo quando sua arte é basicamente buscar palavras. 

A arte é uma busca do cérebro artístico. O cérebro artístico é o nosso cérebro de imagens, morada e ancoradouro dos nossos melhores impulsos criativos. O cérebro artístico é o cérebro sensorial: visão e audição, odor e paladar, tato. Esses são os elementos da magia e, a magia é elementar à arte.

Ao encher o poço, pense em magia. Pense em prazer. Pense em diversão. Não pense em deveres. Não faça o que deve fazer, faça o que o intriga, explore o que lhe interessa.

Pense em MISTÉRIO e não em MAESTRIA.

O mistério nos restabelece, nos impulsiona, nos seduz. O dever pode nos entorpecer, nos desligar, nos afastar. Ao encher o poço siga a sua noção do misterioso, e não a noção do que você deve saber mais. 

O mistério pode ser muito simples: se eu seguir este caminho e não o que eu sigo normalmente, o que encontrarei? Optar por outro caminho desconhecido nos lança no presente. Concentramo-nos novamente no mundo visível, visual. A visão leva ao INSIGHT.

O mistério pode ser ainda mais simples: se eu acender esse incenso, o que sentirei? O aroma é um caminho freqüentemente negligenciado para associações poderosas. O som também. Alguns sons nos acalmam. Outros nos estimulam.

Não é preciso encher o poço apenas com novidades. Cozinhar pode encher o poço. Quando fatiamos e cortamos vegetais fazemos o mesmo com os nossos pensamentos. Lembre-se a arte é uma busca do cérebro artístico. Esse cérebro é alcançado através do ritmo e não da razão.

 - “Por que tenho minhas melhores idéias no chuveiro? ” diz-se ter perguntado Einstein, exasperado. As pesquisas sobre o cérebro nos dizem, hoje, que isso ocorre porque o banho de chuveiro é uma atividade do cérebro artístico

Tomar uma chuveirada, nadar, fazer a barba, dirigir automóvel! Tantas atividades diferentes, todas regulares, que podem nos levar do cérebro lógico para o cérebro artístico.

Descubra qual destas tarefas é mais adequada e utilize-a. 




Precisamos ir ao encontro das nossas experiências de vida e não ignorá-las. Por exemplo: em um local cheio de gente interessante concentramos a nossa atenção em uma revista, perdendo as imagens e os sons a nossa volta, - imagens para o poço!

O BLOQUEIO DO ARTISTA é uma expressão bastante literal. Os bloqueios podem ser identificados e deslocados. Encher o poço é a forma mais segura de fazer isso.

A arte é a imaginação brincando no campo do tempo.

PERMITA-SE BRINCAR!


Para conversar um pouco sobre criatividade aplicada, escreva pra mim:
fatelier@defatima.com.br