domingo, 3 de abril de 2011

Meu quadro desbotou!


Isto provavelmente tem a ver com a marca da tinta que você escolheu.

Existem inúmeras marcas no mercado, cada uma com suas características próprias. Basicamente, podemos dividir em tintas profissionais - sempre elaboradas com pigmentos de melhor qualidade e tintas para principiantes, mais baratas e naturalmente menos resistentes.

As tintas para profissionais são de alta qualidade e feitas com os mais finos pigmentos. Apresentam firme consistência por serem trituradas com uma quantidade mínima de óleo e têm a propriedade de conservar a intensidade da cor, mesmo quando expostas à luz.

A maioria dos fabricantes usam códigos que indicam a durabilidade de cada cor.

Os mais usados são:

**** ou AA> indicam cores extremamente duráveis.
*** ou A > indicam cores duráveis, geralmente vendicas como "permanentes".
** ou B > Indicam cores moderadamente duráveis.
* ou C > indicam cores efêmeras que desbotam quando expostas à luz.

Preferencialmente trabalho com tintas da  Winsor&Newton.
A qualidade dos produtos é excelente!

Confira algumas dicas que eles disponibilizaram em um detalhado livro sobre cores a óleo que você pode salvar em pdf:

quarta-feira, 30 de março de 2011

Nem só com óleo se faz tinta (2)

Continuando o nosso mergulho nas possibilidades de expressão através da pintura

- NANKIN

De origem controvertida, alguns historiadores afirmam que o seu berço é a Índia e outros a China, sendo também conhecida como tinta da China.
Tem uma tradição de vários séculos na caligrafia e pintura chinesa e japonesa. Originalmente era fabricada a partir de óleos vegetais carbonizados. É muito negra, com grande poder de cobertura e quando seca é indelével. Existe líquida ou em bonitos lingotes, moldados com baixos relevos, que se diluem em água (de preferência destilada).

Encontra-se à venda outra modalidade, em pequenos tubos ou frascos com um bico que permite depositá-la em aparos, tira-linhas e canetas estilográficas

- AQUARELA

Técnica de grande dificuldade e que exige uma aprendizagem demorada para que se possa conseguir resultados de qualidade, a aquarela é fabricada a partir de pigmentos moídos em pó, misturados com goma arábica.
Também se misturaram outros aditivos a estes, como glicerina, mel e outras substâncias para aumentar a transparência e retardar a secagem. A aquarela caracteriza-se pela transparência das suas cores. As tintas existem à venda em estado sólido (pastilhas), pastoso (tubos) e líquido (frascos). Em qualquer dos casos usa-se a água como solvente até se obter o tom pretendido. 

- GUACHE

Usado desde a idade média, nas iluminuras, é utilizado até hoje, fartamente, pelo desenho publicitário. Existem habitualmente em tubos e também em pastilha.
Outrora preparado tendo como ligante a goma arábica, é constituído por pigmentos coloridos moídos em pó aglutinados com um pigmento plástico (médium) e pigmento branco opaco. Diferencia-se da aquarela pela sua qualidade opaca, as cores claras podem ser colocadas em cima de outras mais escuras, desde que já secas.

- ÓLEO

As tintas a óleo são feitas de pigmentos perfeitamente triturados e aglutinados pela ação de um produto oleoso, geralmente óleo de linhaça ou papoula, o que dá origem a uma pasta espessa, ou seja, a tinta em sua forma comercial.

A tinta poderá ainda ser diluída em variados óleos e solventes, à título de "médiuns", criando efeitos surpreendentes.

- ACRÍLICA
Certamente a mais versátil das técnicas – Um dos mais modernos médiuns de pintura, a tinta acrílica foi criada recentemente, na década de 40, e continua sendo aperfeiçoada até hoje. De grande versatilidade pode ser usada desde finas camadas, totalmente diluída, como as aquarelas, produzindo efeitos fluidos e transparentes até grossos impastos espatulados criando volume e textura.

As tintas acrílicas geralmente são feitas com os mesmos pigmentos que as tintas a óleo e as aquarelas. A principal diferença é que na acrílica estes pigmentos, ao invés de triturados em óleo de linhaça ou goma arábica, são ligados por uma resina plástica sintética. São encontradas no mercado em tubos ou em potes.

Seu efeito, depois de seca, é o de uma camada plástica, transparente, de grande brilho e luminosidade. A secagem rápida, a boa permanência das cores e o custo reduzido a transformaram hoje na escolha de muitos artistas profissionais.

- ALQUÍDICA

Conhecida largamente na construção civil e na pintura automobilística, há aproximadamente 20 anos a resina alquídica foi introduzida no material artístico como resposta aos pintores que utilizavam a tinta a óleo por suas possibilidades de ilusão de profundidade querendo, entretanto, usufruir a rapidez de secagem que a tinta acrílica oferece.

O meio alquídico é fabricado a partir de óleos vegetais naturais, reconhecidamente da soja, polimerizado através da aplicação de álcool e ácido. O resultado desta mistura é uma resina que misturada com um solvente adequado adquire a consistência do óleo de linhaça tradicional, mas que mesmo podendo ser manipulada por aproximadamente 4 horas alcança completa secagem após 24 horas da aplicação.

- ENCÁUSTICA

Era uma técnica muito usada na Grécia no século V a.C. até o século IX d.C., quando caiu em desuso. A reconstituição desta técnica foi possível em 1845, quando foi descoberta uma caixa de pintura encáustica no túmulo de um pintor em uma cidade francesa.

Nesta técnica, o artista mistura cores em uma cera aquecida e derretida. Esta cera é aplicada na superfície a ser pintada; como é de secagem rápida, usa-se também colocar uma lâmpada ou outra fonte de calor sob o suporte da pintura; o calor amacia a tinta de cera, permitindo que o pintor obtenha vários efeitos de cor e textura.

- AEROGRAFIA

A aerografia (escrita a ar) – técnica em que a tinta é aplicada através de uma pistola de ar comprimido – tem, como o carvão, talvez a mais antiga história dentre os meios de pintura, desempenhando um papel fundamental na evolução da arte popular do Sec. XX, e despertando a curiosidade de todos por sua sutileza e precisão.
Imagens produzidas para cartazes, anúncios, livros, revistas, capas de discos e desenhos animados fazem hoje parte do nosso cotidiano.
Alguns historiadores acreditam que as imagens das cavernas Lascaux foram feitas dentro de um conceito de aerografia onde a tinta teria sido soprada através da cavidade de ossos de animais.

 A partir de nomes como Abner Peeler (1878), Liberty Walkupe (1883) e do aquarelista Charles Burdick (1893), a maioria dos ilustradores gráficos a partir de 1920 passou a fazer uso da técnica e na década de 60, também os artistas plásticos romperam o preconceito contra o aerógrafo, considerado até então apenas como uma "ferramenta de desenhista" e passaram a empregá-lo em suas criações.

- ARTES DO FOGO

A pintura em porcelana, a faiança e o fusing são assim denominadas por que as tintas precisam ser fixadas (queimadas) em fornos de alta temperatura.
A história da cerâmica começa com a descoberta do fogo. O homem verificou que, ao ser queimada, a argila transformava-se em material inalterável pela água. A versatilidade da cerâmica está diretamente ligada à versatilidade do próprio homem. Desde o início ela foi usada para a confecção de objetos decorativos e utilitários. Figuras religiosas, vasos, porta-mantimento eram parte da função da cerâmica. Trata-se de uma das grandes artes da civilização. Há milênios, sob todas as suas formas - barro esmaltado ou não, faiança ou porcelana -, a cerâmica está presente em todos os lares humildes ou aristocráticos.

- PINTURA EM SEDA

Com alguma similaridade à aquarela, a Pintura em Seda foge da convenção de ARTESANATO e é considerada também como ARTE. Atualmente tão popular no mundo da moda, a pintura em seda é a arte de aplicar pigmentos aos fios de seda, não apenas em peças de vestuário, como em peças de decoração e até mesmo em quadros.

Quase tão antiga como a própria seda e de fácil e rápida aplicação, a Pintura em Seda não exige nenhum conhecimento anterior em artes plásticas. Sua mágica vem das ilimitadas combinações subjetivas que permite.

Diversos são os tipos que podem ser empregados e a escolha dependerá mais da disponibilidade do que do efeito final, pois todas se prestam maravilhosamente para belas pinturas. Técnicas mais tradicionais como o batik e outras de inspiração oriental remetem a belíssimos resultados!

Enquanto somos crianças, encontramo-nos em um estado permanente de curiosidade que leva à criação, e depois ao crescermos, prevalece a crença de que a criatividade é uma característica inata que não pode ser cultivada – ou você é criativo ou não é.

Poucas pessoas entendem que podem aprender a ser mais criativas.
A criatividade não é um dom especial, que privilegia alguns poucos seres viventes. Todo ser humano possui um potencial criativo que na maioria das vezes permanece oculto. Cada vez mais as pessoas precisam liberar a sua criatividade e desta maneira permitir que os seus talentos internos aflorem e desta forma possam enriquecer suas vidas pessoais e profissionais.

Quando lidamos com o nosso dia a dia estamos ao mesmo tempo lidando com questões ligadas à composição artística, à combinação das cores, das palavras, dos sons, das idéias. Tudo esperando se manifestar através da nossa criatividade.

A falta de autoconfiança e o medo da crítica são, muitas vezes, os principais obstáculos para a criatividade. É importante acreditar em si próprio e ousar falar aos outros sobre as suas idéias. Todos nós temos um modo de ser, da mesma maneira que todas as flores tem a sua beleza única e insubstituível.

Resta-nos buscar uma maneira de expressá-lo com a mesma singeleza daquele desenho de criança que tanto nos satisfez um dia.
Entendendo isto parta para a prática e então você poderá dizer:
--" Eu também sou criativo!"

domingo, 20 de março de 2011

Nem só com óleo se faz tinta!

A pintura acompanha o ser humano por toda a sua história, mas é a partir da revolução da arte moderna e das novas tecnologias que os pintores adaptaram técnicas tradicionais ou as abandonaram, criando novas formas de representação e expressão visual.

No séc. XX a noção de instrumento, material e suporte artístico alargou-se enormemente com a alteração e a integração de novos conceitos na arte. Assim, o próprio corpo humano é considerado "material" e "suporte", como na "body Art". Objetos já existentes, que foram tirados do seu contexto habitual e integrados no domínio artístico, como os "ready made" dos grupos Dada e Surrealista, são também exemplos de novas e revolucionárias acepções dos termos suporte e material. Nas "instalações", "happenings" e "performances", atuações e intervenções artísticas, os materiais e suportes não têm regra e são condicionados pelo caráter original da idéia expressiva.

A escolha dos materiais e técnicas adequadas está diretamente ligada ao resultado final desejado para o trabalho como se pretende que ele seja entendido.Dentre as técnicas mais conhecidas na elaboração da arte visual podemos relacionar:

- CARVÃO
- SANGUINE, SÉPIA E PEDRA NEGRA
- GIZ PASTEL
- GIZ ÓLEO
- LÁPIS DE COR
- LAPIS GRAFITE
- NANKIM E AGUADAS
- AQUARELA
- GUACHE
- ÓLEO
- ACRILICA
- ENCÁUSTICA
- ALQUÍDICAS
- AEROGRAFIA
- TÉCNICAS DO FOGO
- TÉCNICAS DA SEDA


- CARVÃO

O carvão é um material clássico no desenho, talvez o mais antigo. Já os homens primitivos usavam galhos queimados para desenhar.  Usa-se para esboçar ou para desenhos definitivos de acordo com o suporte e a intenção.



- SANGUINE, SÉPIA E PEDRA NEGRAConhecida desde o paleolítico, a sanguínea ou sanguine começa a ser usada com profusão por volta de 1500. É na Renascença e no Barroco que artistas como Leonardo da Vinci, Rafael e Rubens usam a sanguínea de uma forma notável.



Peter Paul Rubens
 


Os efeitos de "esfumato" que empregaram são admiráveis. Os artistas italianos usaram a sanguínea, quer isoladamente, quer combinada com outros materiais. A sua cor quente e suave será talvez a razão para ter sido usada no desenho de representação do corpo humano através da história.

O uso combinado da sanguínea, pedra negra e uma espécie de giz branco, foi no séc. XVI abundantemente empregado, sobretudo para o retrato.


A sépia foi usada pelos artistas ao longo da história para desenhar, sobretudo, paisagens. Pode ser diluída com água ou misturada no decurso de aguadas e aquarelas, embora de forma controlada para não se perderem as características dos vários materiais. 

Pedra negra ou Pierre Noire é uma pedra negra natural de xisto argiloso, contendo partículas de carbono que lhe dão o tom escuro que vai do cinzento ao negro muito usada no desenho. É muito macia e parte-se com facilidade em vários pedaços. 

Muitos artistas italianos, como Cennino Cennini, Botticeli e Rafael usaram a "pedra negra" da mesma forma que usavam o carvão, com esfuminhos para misturar e espalhar no desenho, criando assim jogos de claro escuro notáveis.


Os pastéis oferecem possibilidades enormes de tratamento plástico. Têm grande estabilidade cromática, misturam-se muito facilmente e produzem com espontaneidade trabalhos de uma suavidade muito particular. Não têm os inconvenientes dos materiais que necessitam de secar ou que exigem grandes preparações.

- GIZ ÓLEO

Semelhante aos pastéis secos no seu aspecto, a sua constituição é, no entanto, diferente, pois são fabricados com uma mistura de pigmento e óleo. Existem desde os anos 60. Tal como os pastéis secos têm a forma de pequenos sticks cilíndricos e vendem-se em caixas ou avulso numa grande variedade de cores e durezas. Aderem com facilidade ao papel e permitem misturas de cores que se depositam numa camada mais grossa e pastosa ou mais fina, conforme se pretender.

- LÁPIS DE COR

O Lápis de cor é  um material relativamente recente. São feitos a partir de uma mistura de talco e substâncias corantes. Encontram-se à venda em caixas com enorme variedade cromática, ou avulso. 
Existem lápis de durezas diferentes, e de três tipos principais: os de mina grossa e relativamente macia, resistentes à luz e água e não precisam de fixador. Os de mina mais fina e mais dura, são usados para desenhos com muito detalhe, também resistentes à água. Os lápis com minas solúveis em água (aquareláveis) permitem um trabalho misto de desenho e aquarela.




O grafite foi descoberto na Baviera por volta de 1400, não lhe tendo sido dado na época o devido valor.  A história do lápis remonta a 1564, quando se descobriu em Inglaterra um filão de grafite puro. A coroa inglesa mandou então abrir minas para se obter grafite como material de desenho. Estas minas forneceram grafite a toda Europa, até se esgotarem as suas reservas no séc. XIX.

Em 1761, na Alemanha, Faber criou uma pequena oficina de fabrico de lápis. Misturava duas partes de grafite com uma de enxofre. Ao mesmo tempo Napoleão, encomendou a Conté a exploração de processos de fabricar lápis para substituir os importados. Apareceu então uma nova espécie de lápis que consistia na mistura de terra (argilas), grafite e água, que eram solidificados por cozedura e colocados em ranhuras de madeira. 

No próximo post continuamos esta apresentação!!