Para Maria de Fátima Seehagen, a
arte é decisiva “na ética e na estética de uma sociedade melhor”, pois, está
relacionada aos primórdios da raça humana como aspiração de comunicação. Em
artigo, questionamentos acerca deste processo no mundo contemporâneo.
“A educação é um processo social, é
desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”. John Dewey.
Aprender é um processo que mobiliza tanto os significados como os sentimentos,
ou seja, tanto os símbolos como as experiências a que eles se referem. Assim a
necessidade de aprender arte estaria relacionada com a necessidade de
comunicação mais primária do ser humano. No caso do aprendizado da arte ficarão
completamente abandonados objetivos como conseguir um diploma, um emprego ou
ganhar dinheiro. A aprendizagem estará ligada, aqui no mais verdadeiro sentido,
à ampliação dos elementos de linguagem com os quais o indivíduo irá relacionar
o seu eu com os eventos do mundo. De posse do conhecimento aprendido, o ser
humano irá além da comunicação, à expressão. Mais do que apenas transmitir
conceitos poderá, estimulados os seus mecanismos de criação, reflexão e
percepção, manifestar os seus sentimentos.
Apesar dos slogans negativos de que
“arte não se aprende”, “arte não é para se compreender”, o ensino da arte em
todos os grupos, independente da classe social ou da faixa etária é de suma
importância no processo de construção do conhecimento, possibilitando o
desenvolvimento integral do ser humano.
Para Henri Lefebvre, a arte é
social não apenas pelo sentimento compartilhado, mas também pela solicitação.
Ao buscar a arte, mais do que a aprendizagem de uma técnica, o indivíduo busca
uma aliada na expressão da sua sensibilidade perante o mundo. Por ser uma
situação inusitada, o ensino à distância de técnicas artísticas, desafia o
professor que a isto se propõe, fazendo-o repensar as mais simples questões
como ensinar um aluno a pegar no pincel ou a reconhecer a face correta de um
determinado tipo de papel, posicionar um modelo, desenvolver a sua criatividade
e expressar a sua sensibilidade.
Como dividir este conhecimento
através de um contato intermediado por uma mídia virtual? Como estabelecer uma
linha de pensamentos sutis que envolvem sentimentos, estando tão afastados no
espaço presencial? A partir do reconhecimento das necessidades, possibilidade e
expectativas do aluno, que é o protagonista desta história - a essência do
ensino a distância. No ensino de técnicas artísticas, a teoria não será
suficiente para dizermos que um assunto foi assimilado. A aprendizagem deverá
levar em conta demonstrações, a aplicação dos conhecimentos através da
experimentação. Um atelier virtual deve ter a sua arquitetura desenhada de modo
que os artistas iniciantes tenham a possibilidade de manipular elementos
visuais, arranjando, organizando formas, cores e linhas, até que possam,
expostos a situações similares às reais, tecer o seu próprio estilo, a sua
própria maneira de expressar seus sentimentos com técnica apurada e segura.
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